SILVEIRA, Sérgio Amadeu. Convergência digital, diversidade Cultural e esfera pública. In: In.: PRETTO, Nelson De Luca. Além das redes de colaboração. Edufba: Salvador, 2008. P. 31-50
Sérgio Amadeu da Silveira é um sociólogo brasileiro, conhecido por ser considerado divulgador do Software Livre e da Inclusão Digital no Brasil. è doutor em Ciências Políticas pela Universidade de São Paulo e, atualmente, é professor da Universidade Federal de ABC (UFABC). Possui história por ter sido um dos grandes implementadores dos telecentros na América Latina e presidente Nacional de Tecnologia da Informação.
De acordo com o Prof. Dr. Sérgio Amadeu da Silveira e baseado em seus estudos sobre o pensamento de Yochai Beencler(2006) –The Wealth of networks, surge uma nova esfera pública com a internet na sociedade global denominada “esfera pública conectada” e que aparece devido a revolução informacional.
O texto traz o modelo contextualizado por Benkler em que o uso da internet e ambientes virtuais fornecem capital para determinados grupos organizados, sendo esta, a característica da rede e que para Benkler interfere na esfera pública no uso da internet superior as “mass médias” (rádios, TV e jornais), pois a internet sustenta a potencialidade nas relações e interações globais por estar inserido em diversas camadas, possuir diferentes níveis de utilidades, diferentes graus de eficiência e efeito ampliando, assim, a “esfera pública”. Segundo ainda Benkler, o ambiente informacional apresenta duas grandes diferenças em relação ao ambiente do broadcasting: a primeira baseia-se na nova formação da cultura de redes em conexões variadas e com elevada interatividade e a segunda baseia-se na facilidade de acesso e interatividade devido ao menor custo e a inexistência de barreiras na acessibilidade.
Sendo, assim Prof. Amadeu, assegura que individualmente ou coletivamente, as redes informacionais possuem uma eficácia mais efetiva que as “mass médias” devido a sua dinâmica e acessibilidade ampliando a potencialidade dos cidadãos na sua interação e movimentação no espaço público.
A esfera pública dominado pela “mass média” tem seu monopólio articulado e realiza um poder de influência dos seus proprietários e que se percebe a crescente instância também na internet perceptível como no Yahoo, Google, entre outros, e que se manifesta com grande intensidade no ambiente de redes digitais, porém este poder não consegue controlar on fluxo de informações, nem as possibilidades de redes de colaborações e de cunho econômico, surgindo assim uma disputa tal como no capitalismo industrial.
A multidirecionalidade possibilitada pela internet transcende as fronteiras nacionais, daí, Amadeu enfatiza seu pensamento sobre o surgimento da esfera pública interconectada. Prof. Amadeu enfatiza também, os estudos de Howard Rheingold (2004) quando retrata a mobilidade do uso de celulares sobre a queda do ex-presidente filipino Joseph Estrada convocado por SMS, onde multidões inteligentes as se conectarem viabilizaram uma situação com um objetivo determinado e isso provou que o uso da rede digital, sem fio, acompanha o andar do cidadão e sua mobilidade e articulação na esfera digital e que não é possível na comunicação analógica unidirecional.
Para Amadeu, com o crescimento da internet de forma imperceptível às grandes corporações que ocorreu por não haver interferência que prejudicasse o seu funcionamento e longe de toso protocolo capitalista que gera custo alto, a internet tornou-se uma rede de constante evolução, sendo possível, criar, interagir e até mesmo promover soluções tecnológicas com base apenas no protocolo da rede, haja vista a inexistência de órgãos central que emperre sobre o que pode ser criado.
Com a possibilidade de utilizar obras sem o pagamento de royalties, mas com mobilização de criação, a partir de outras obras sem hierarquia utilizando a reconfiguração tem elevado o uso de redes de colaboração.
Prof. e Dr. Amadeu cita a criação do MP3 em relação as possibilidades de ampliação do usos e frutos da música por Shawn Fanning e com isso causou impacto nos gerenciadores musicais devido ao uso livre e de compartilhamento do uso da música causando muitos impactos e quem depois, comprado pelo grupo Roxio que vende software para a geração de Cd e DVD, assim formando a rede de colaboração, a partir de 2002 com Bram Cohen ao criar o software livre. Entre outros exemplos, assim firma-se que a internet é uma comunicação via IP desenvolvida colaborativamente sem as exclusões promovidas pelo patenteamento e por demais formatos das chamadas propriedades intelectuais de obras da inteligência coletiva, recombinante. Sendo assim, Amadeu afirma que a internet é um espaço coletivo de infinita expansão.
O prof. Amadeu expressa através do pensamento do professor Henry Jenkins, à convergência e a desentermediação que aparece como um paradigma na questão da exclusão da televisão em detrimento do computador e, por conta disso, a convergência da indústria de computadores com a indústria da televisão. Para Gildler, segundo retrata o Professor Sérgio Amadeu, o computador não veio para transformar a cultura de massas, mas para destruí-la.
Para o professor Sergio Amadeu o digital é uma metalinguagem que permitiu separar e liberar todos os conteúdos e formatos de seus suportes físicos. Para ele a expansão da digitalização, o que era antes realizado de forma analógica, portanto cheio de etapas até ser alcançado um objetivo final, hoje, acontece sem intermediação a exemplo da música que atualmente acontece diretamente entre o artista e o fã.
Apesar de a convergência digital gerar a formação de grandes oligopólios monopolistas, esta, através das redes digitais permite a colaboratividade na interatividade com expressões nos software livres, as wiki e os trabalhos em criatve commons. Com isso se percebe um traço paralelo à emergência da infra-estrutura de comunicação atingida pelas redes de colaboração da internet que, atualmente, deve ser oferecida também pelo celular, gerando grandes conflitos em seus utilitários e desencadeando a disparidade do mercado digital mundialmente falando. Com isso, se percebe a voz sobre o IP de um lado e as possibilidades de compartimento de arquivos digitais do outro, firmando a gift economy, a economia da dádiva.
O professor Amadeu Silveira traz também o entendimento sobre nuvens abertas de conexão colaborativa: celulares P2p, TVIP, pois pó re-uso e a reconfiguração que ocorre nos aplicativos da rede compõem uma dinâmica que está contaminando as telecomunicações digitais, pois as redes colaborativas da internet estão gerando possibilidades e criando a diversidade de produção cultural.
Outra questão que o professor Sérgio Amadeu coloca é em relação ao licenciamento governamental ou a privatização de sequência e as iniciativas do livre sinal wereles que Blenker chama de “espaço comum”, porque este é um recurso “espectro eletromagnético”.
Professor Amadeu finaliza relatando sobre a defesa do espectro aberto como uso compartimentado do espaço vital parta as comunicações, colocando em questão as possibilidades desse uso o modelo atual das concessões de rádio e TV em ambientes de convergência digital e mobilidades.
4 comentários:
Oi Lú,
Olha eu aqui no seu blog fuçando mais uma vez, mas vamos lá...
Parabéns pela resenha, afinal de contas a palavra “digital” é fundamental para que possamos compreender a convergência. No padrão analógico, a transferência de informações e a convergência entre distintas plataformas eram difíceis de acontecer.
A convergência digital, pelo que entendi em sua resenha, excelente por sinal, como toda tecnologia, não é boa ou ruim, mas é uma ferramenta. A utilização que se faz desta técnica é o que define suas peculiaridades. Todavia, o que é possível averiguar é que dispositivos que programam a convergência digital estão cada vez mais freqüentes no cotidiano, seja nos lares e na vida das pessoas.
Mais uma vez Parabéns!
Obrigada!
Espero estar sempre contribuindo para novas opiniões e que possamos sempre trocar informações!!!
Abraços!
Poxa achei interessante que até as fotos que vc postou vai do analógico ao digital. kkkkk, porém no analógico vc está masi bonita kkkk - tudo bem ! Foi da festa ao momento caseiro, mas falando sério o texto está muito bom. Sou leigo nesse assunto, mas só nesta resenha entendi a importância da digitalização hj em dia e como esta favoreceu para a convergencia das industria de televisãompara de computadopres. É isso mesmo?
Oi Lusi!! parabéns pela resenha,com certeza vou "pescar" para poder fazer a minha(rsrsr...). Falando sério tá ótima e atende ao objetivo de uma resenha fazer com que o leitor tenha vontade de ler o livro. Sandro é a prova disso. bjos
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