Pierre Lévy é filósofo. Nasceu em 1956, na cidade de Túnis (Tunísia). Realizou seus estudos na França, doutorou-se em Sociologia e em Ciências da Informação e da Comunicação. Lecionou em várias universidades de Paris e Montréal. Atualmente é professor da UQTR (Université du Québec à Trois-Rivières), na cidade de Quebec, Canadá. Presta serviço a vários governos, organismos internacionais e grandes empresas sobre as implicações culturais das novas tecnologias. É autor de uma dezena de obras filosóficas sobre a cultura do mundo virtual e as novas tecnologias.
Em seu livro “O que é o Virtual”, Lévy relata, de forma contextualizada, as conseqüências e potencialidades que a virtualização gera na humanidade moderna. Através de uma abordagem coerente, mas ao mesmo tempo com fundamentação e reflexão o autor desmistifica uma série de convenções, dentre elas o conceito de virtual. Segundo Lévy, “virtual não é o contrário de real, mas sim tudo aquilo que tem potencialidade para se concretizar”. Então, o autor traz, nesta obra, uma relevante discussão sobre o que é virtual fundamentando-se na Filosofia, sociologia e tecnologia para contextualizar o fenômeno da virtualização e como este afeta os corpos, a economia, a sensibilidade e o cognitivo das pessoas.
Levy expressa sobre como a virtualização estar presente na sociedade e nas tecnologias da comunicação na atualidade social, no transporte, na medicina, na economia e na política de forma tão imprescindível ao progresso social e o sucesso social, porém não está centrado ao espaço informático, mas na sociedade como um todo. Assim, tudo está inserido num processo contínuo de colaborações e que sustenta a humanidade e que o homem acaba experimentando como uma virtualização do corpo. Assim, pode-se dizer que a cada dia o nosso corpo esta sendo afetado pelas tecnologias da comunicação: nossa aparência física moldada por cirurgias plásticas; o estado de saúde esta vinculada a medicina moderna; nossa capacidade física é padronizada em práticas de esportes, muitas vezes radicais; nosso organismo substituído por próteses, em fim, tudo aqui apresentado são variáveis inseridas pelo homem para regular as complexidades da vida humana e que está caracterizada em formas virtuais, sendo assim, o virtual para o autor não é o contrário do real, mas o contrário do atual que são consequências da própria era virtual.
Utilizando-se das várias situações sociais desde a virtualização do mercado e da própria economia á fenômenos político-sociais, o autor afirma que o comportamento do homem vem sendo transformado (moldado), ou seja, a sociedade vive em movimentações constantes e que pode ser configurada como “instabilidade social” haja vista, que as mudanças são aceleradas e constantes e o homem precisar se adaptar a todo o momento.
Quando se trata do cognitivo humano, Lévy mostra uma situação convexa ao do corpo, pois ele acredita ser neste aspecto o maior impacto das tecnologias de comunicação já que a virtualização proporciona significativas modificações na inteligência das pessoas devido às grandes redes de colaborações e as possibilidades potencializadas pelo uso das tecnologias. Porém, são situações que afligem o homem há bastante tempo, pois toda transformação social gera conflito na humanidade, principalmente quando é necessário romper com velhos modelos, os quais chamaram de crise de paradigmas. Podem-se perceber no processo histórico da própria linguagem escrita as fases de adaptação do homem em suas várias transformações ao que se referem as vaiadas formas de linguagem da humanidade.
A virtualização, nesse sentido, afeta intensamente o cognitivo das pessoas, o que Lévy enfatiza como “inteligência coletiva” potencializadas pelas tecnologias da comunicação e interação de pessoas devido às complexidades afirmadas por variantes que potencializam as trocas de experiências, possibilidades de interação, aperfeiçoamento e colaboração que gera uma relação coletiva do conhecimento e que se torna acessível a toda sociedade.
Contudo, o livro “O que é Virtual?” de Lévy, disserta em sua literatura situações que demonstram etapas virtual em que a sociedade vivencia, porém exemplificando a importância do mesmo no progresso da sociedade contemporânea, onde Pierre Lévy afirma que a virtualidade é “ um movimento pelo qual se constitui e continua a se criar a nossa espécie”, portanto é imprescindível que utilizemos o espaço da virtualidade “ a cibercultura” para sermos pessoas inseridas no processo, participativas, reflexivas e importantes na contribuição desta nova era da humanidade – a era da virtualidade.
( Postado por Lusiane Carvalho da Silva em: 12/08/2010)
4 comentários:
dE Pierre Levi eu conheço o livro Inteligencia coletiva. Mas pela resenha este tb é maravilhoso!
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